Coreia do Norte: uma jornada pelo país mais fechado do mundo - Revista Meu Clube Bancorbrás

Coreia do Norte: uma jornada pelo país mais fechado do mundo

Coreia do Norte: uma jornada pelo país mais fechado do mundo
Uma viagem controlada, mas cheia de monumentos imponentes e tradições milenares
13 de junho, 2024

Explorar a Coreia do Norte é uma experiência única, envolta em mistério e raramente acessível ao viajante comum. O país, oficialmente conhecido como República Popular Democrática da Coreia, é famoso por sua política de isolamento e pelo rigoroso controle sobre as informações e os acessos externos. Isso porque trata-se um estado socialista de partido único sob o controle do Partido dos Trabalhadores da Coreia, liderado pela dinastia Kim. O regime é altamente centralizado e autocrático, com um culto à personalidade em torno de seus líderes. As liberdades civis são severamente restringidas, e o governo exerce controle rigoroso sobre a vida pública e privada.

Mas, para quem tem espírito aventureiro, visitá-la é como entrar em um capítulo vivo da história, no qual a tradição e a modernidade coexistem de maneira peculiar e a propaganda estatal molda o cotidiano. Desde a imponente capital, Pyongyang – com seus monumentos grandiosos e avenidas cuidadosamente planejadas –, até as paisagens rurais intocadas, cada aspecto do país oferece uma visão fascinante de um mundo que permanece amplamente desconhecido.

O que fazer na Coreia do Norte?

Mas, afinal, é possível visitar a Coreia do Norte como turista? Sim, é possível, desde que as muitas regras sejam seguidas. Você não pode, por exemplo, simplesmente pegar um voo para lá e sair passeando pelas ruas. Precisa, necessariamente, contratar uma agência de turismo, mesmo que decida fazer tours individuais. Você sempre estará acompanhado por pelo menos dois guias do governo (saiba mais no box abaixo).

Mas o que ver por lá? Na capital, você poderá visitar o metrô de Pyongyang, o mais profundo do mundo, a 110 metros de profundidade, que também serve como abrigo em caso de conflito armado. As estações têm nomes relacionados a temas da revolução e glorificação do regime, como Triunfo e Vitória, construídas nos moldes do metrô de Moscou estalinista, com grandes monumentos e candelabros.

No entanto, dependendo do seu itinerário, você vai ver outras atrações, muitas envolvendo o governo, como estátuas e mosaicos de Kim Il-sung e Kim Jong-il por todo lugar. Você também pode conhecer o hotel desocupado mais alto do mundo (105 andares), o Ryugyong Hotel, em Pyongyang, que chama atenção a quilômetros de distância.

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Arco da Reunificação, oficialmente o Monumento à Carta de Três Pontos para a Reunificação Nacional (Créditos: Freepik/EyeEm)

Visitas e eventos na Torre Juche e em outros monumentos simbólicos são parte da vida cotidiana na Coreia do Norte. A Torre Juche (oficialmente, a Torre da Ideologia Juche) é o segundo maior monumento de pedra do mundo e oferece uma ótima vista. A torre recebeu o nome da ideologia oficial da Coreia do Norte, que é uma mistura de autarquia, autossuficiência, tradicionalismo coreano e marxismo-leninismo.

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Detalhes de estátuas de bronze de um trabalhador, um intelectual e uma camponesa segurando um martelo, um pincel e uma foice em frente à Torre Juche (Créditos: Freepik/boggy)

Há, também, o grande Monumento da Colina Mansu, em Pyongyang, que é um complexo de 229 figuras comemorando a história revolucionária coreana e seus líderes. Destacam-se duas grandes estátuas de bronze, de 22 metros de altura, dos líderes Kim Il-sung e Kim Jong-il – as maiores do país e um símbolo conhecido da Coreia do Norte. Todos os visitantes estrangeiros devem visitar o Grande Monumento Mansudae, uma área sagrada. Também devem seguir a etiqueta rigorosa de alinhar-se, colocar flores e curvar-se diante das estátuas.

Além disso, o país possui diversos locais listados como Patrimônio Mundial da UNESCO, incluindo o Complexo de Tumbas Koguryo, com cerca de 30 túmulos adornados com pinturas murais, e monumentos e locais históricos em Kaesong, que incluem 12 componentes da Dinastia Koryo, como Manwoldae e o Mausoléu do Rei WangGon. Na lista provisória da UNESCO, estão o Monte Myohyang, relíquias históricas em Pyongyang, o Monte Kumgang, cavernas na área de Kujang e o Monte Chilbo.

Montanhas famosas incluem o Mt. Paektu, local sagrado de nascimento de Kim Jong-il; o Mt. Kumgang, conhecido por sua beleza; o Monte Myohyang, uma reserva mundial da biosfera; o Mt. Chilbo; e o Mt. Kuwol, conhecido como "montanha de setembro". A rica herança budista do país é preservada em templos que abrigam estátuas, pinturas e relíquias culturais valiosas.

Locais históricos da Guerra da Coreia incluem o Museu da Guerra de Libertação da Pátria Vitoriosa, a DMZ – Zona Desmilitarizada, o Local Revolucionário de Gonjiri e o Museu do Massacre de Sinchon, além de diversos monumentos em Pyongyang. A cultura local, baseada na tradição e na ideologia Juche, oferece atividades populares, como a performance "Arirang", danças em massa, apresentações de circo e o Festival Internacional de Cinema de Pyongyang (PIFF).

Para lazer, a Coreia do Norte também possui belas praias em Wonsan, Monte Chilbo, Rason e Hamhung, além de resorts e parques aquáticos, como o Pyongyang Rungna Peoples' Pleasure Ground, o Parque Aquático Pyongyang Munsu e o Masik Resort. Atividades esportivas incluem boliche, tiro ao alvo, esqui, patinação no gelo, snowboard, a Maratona Internacional de Pyongyang, caminhadas e trekking nas montanhas coreanas.

Ah! E uma curiosidade. O dorama “Pousando no amor”, que narra uma história de amor entre uma mulher sul-coreana e um homem norte-coreano, teve, na verdade, as cenas norte-coreanas filmadas na Coreia do Sul e na Mongólia.

Qual é a melhor época para visitar a Coreia do Norte?

O clima varia bastante ao longo do ano, com estações bem definidas. Os verões são quentes, especialmente entre maio e setembro, quando as temperaturas são mais agradáveis – período ideal para visitar o país. Em contraste, os meses de novembro a março são menos convidativos devido ao frio intenso do inverno.

Para viajar à Coreia do Norte, seguem algumas diretrizes:

 

  1. Agência de turismo: o viajante deve fechar um pacote com uma agência de turismo na China que tenha acordo com a Empresa Coreana de Viagens Internacionais (KITC).
  2. Visto: é necessário emitir um visto norte-coreano, que será entregue ao viajante na chegada ao país.
  3. Transporte: primeiro, pegue um avião para a China. De lá, escolha se quer continuar a viagem de trem ou de avião até a Coreia do Norte. A viagem de trem permite ver a paisagem pela janela, embora não seja permitido sair do trem.
  4. Chegada: ao chegar a Dadong, receba o visto norte-coreano e as passagens de trem das mãos de um funcionário da agência chinesa. Nesse momento, assine documentos comprometendo-se a seguir certas regras.
  5. Inspeção na fronteira: na primeira parada após cruzar a fronteira, funcionários do governo norte-coreano realizam uma inspeção geral de tudo o que o passageiro carrega, incluindo celular e fotos.
  6. Acompanhamento: ao chegar na capital, Pyongyang, os guias turísticos previamente contratados pela agência receberão os viajantes, reterão seus passaportes e os acompanharão 24 horas por dia.

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