Cabo Branco, Tambaú, Picãozinho, Manaíra, Bessa, Intermares, Poço, Camboinha. As praias de João Pessoa sempre são uma boa pedida quando o assunto é férias, oferecendo paisagens deslumbrantes para momentos inesquecíveis. Mas, para além das fascinantes areias douradas e águas serenas que beijam a costa, a capital paraibana, ou Jampa, como também é carinhosamente conhecida, reserva muitos tesouros que merecem ser descobertos.
Não duvide: a cidade transcende as margens das suas belas praias, encantando igualmente os visitantes com sua história, cultura, arte, tradição e natureza. O combinado, rico em brasilidades, se materializa em experiências de viagem memoráveis, celebradas por turistas de todos os cantos, em todas as épocas do ano. Quem já foi, atesta: João Pessoa é mesmo um baú de riquezas. E são muitas. Reconhecida como uma das mais antigas do país, a terra do célebre escritor Ariano Suassuna está, hoje, entre os destinos mais procurados no Nordeste para turismo histórico e cultural. Sem contar com a infraestrutura muito bem desenvolvida e a hospitalidade, que configura um patrimônio singular. Garantia certa de dias leves e sem aperreio. Dificuldade? Só para as escolhas, diante de um mosaico fascinante de atrações mais que convidativas.
Na busca por um roteiro fora do convencional, o ponto de partida é o centro histórico. A área é um labirinto de becos clássicos, mergulhada em reminiscências coloniais e imbuída de uma aura atemporal, um legado expressivo da rica história paraibana. Não é de se estranhar que, em 2007, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o reconheceria como patrimônio histórico nacional. Suas ruas estreitas com pisos de paralelepípedos são parte da estética pitoresca, uma espécie de trilha que conduz a uma viagem no tempo, com direito a um conjunto arquitetônico que segue os estilos barroco, rococó, maneirista e art nouveau. São casarões, igrejas, museus, praças e uma atmosfera única, tudo muito bem preservado para um mergulho nas raízes da cidade.
O Centro Cultural São Francisco, @centroculturalsaofrancisco, é um dos ícones, considerado o marco zero de João Pessoa, a partir de onde se desenvolveu a capital paraibana. Foram 181 anos até a sua inauguração, tendo a construção se iniciado em 1589. Não há dúvidas de que valeu a pena. O testemunho vivente do barroco no Brasil inclui a Igreja e Convento de São Francisco, a Capela da Ordem Terceira
de São Francisco, a Capela de São Benedito, a Casa de Oração dos Terceiros, conhecida também como Capela Dourada, o Claustro da Ordem Terceira, uma fonte e um grande adro com um cruzeiro. Um conjunto extraordinário de edificações que se destaca como epicentro de cultura, história e arte.
Emblemática, a Igreja de São Francisco está entre as atrações mais visitadas. O local tem grande valor religioso e conta com um espaço de devoção e culto que se perpetua ao longo dos séculos, certificando a fé da comunidade. Mas não é só a importância espiritual que atrai visitantes. A joia arquitetônica do Centro Cultural São Francisco chama atenção, já à primeira vista, por sua majestosa fachada barroca.
O interior é uma profusão de detalhes ornamentais, com talha dourada, pinturas sacras e esculturas que narram passagens bíblicas. Azulejos portugueses, comuns nas igrejas coloniais, adornam os painéis, contando histórias por meio de suas representações artísticas. Minuciosidades que refletem a maestria dos artesãos do século XVIII, quando foi construída.
A Capela Dourada brilha, literalmente, em um misto de esplendor e reverência em folhas de ouro presentes das paredes ao teto. Já o oratório, com sua abóboda suntuosa e vidraças coloridas, é uma tela viva que desperta fortes emoções.
Partindo do Centro Cultural São Francisco, a dica é seguir para o Parque Sólon de Lucena, que fica na mesma região. Meticulosamente projetado, o antigo sítio pertencente ao domínio dos jesuítas é, hoje, um dos recantos mais bonitos de Jampa, com o traçado paisagístico original de Burle Marx. Um verdadeiro refúgio urbano com exemplares de pau-d’arco e de outras árvores da reserva da Mata Atlântica, além de belas palmeiras imperiais.
O cartão-postal, com justiça, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), um reconhecimento à beleza de seus jardins, dotados de caminhos sinuosos, pontes graciosas e uma fascinante lagoa, que ajuda a ornamentar o parque. Um convite inegável à conexão com a natureza, seja em caminhadas ou passeios de bicicleta.
O Mercado de Artesanato Paraibano é mais um dos pontos obrigatórios para visitação. A 23 km de distância do centro histórico, o MAP, como também é conhecido, parece mesmo um shopping de arte. O prédio, em estilo colonial, tem dois pavimentos, 128 lojas e dois quiosques. Um paraíso no qual é possível encontrar redes, mantas, cerâmica, trabalhos em madeira, crochê, arte em fuxicos, joias artesanais, esculturas e artes plásticas em geral, além de outros tantos artigos que revelam a riqueza da tradição local.
A criatividade é vista, ou melhor, degustada, ainda, em saborosas guloseimas, como o alfenim, um suspiro de rapadura que derrete na boca, e em pratos típicos servidos nas barracas, a exemplo da tapioca e da buchada de bode, iguarias da região. Autenticidade que vale a pena provar.
Presentes e compras garantidos, é hora de conferir as maravilhas da Estação Cabo Branco, que fica no topo de uma falésia, entre as praias de Cabo Branco e do Seixas, a 15 minutos do MAP. O ponto turístico é um universo de ciência, cultura e arte, projetado por ninguém menos que o arquiteto Oscar Niemeyer. O retrato não poderia ser outro: linhas contemporâneas em uma estrutura que encanta visualmente, tudo para abraçar a missão de promover a disseminação do conhecimento de maneira acessível e inspiradora.
Moderno e multifuncional, o complexo arquitetônico é formado por cinco edifícios, em um total de quase 9 mil metros quadrados de área construída. São salas de exposição com luz natural, anfiteatro para shows ao ar livre, loja de souvenir, restaurante, café e um anfiteatro, onde fica um painel do artista plástico Flávio Tavares. Entre outras obras, duas esculturas do pernambucano Francisco Brennand também podem ser vistas por lá.
Contato com a natureza em meio à urbanidade? João Pessoa oferece. O Parque Zoobotânico Arruda Câmara, que fica a 28 minutos da Estação Cabo Branco, é prova disso. Popularmente chamado de Bica, em virtude de uma fonte natural de água potável, ele é uma opção de passeio perfeita para quem não abre mão de experiências ecológicas.
Os cerca de 500 exemplares da fauna, de 80 espécies, e uma infinidade de plantas da flora brasileira fazem do lugar um oásis de biodiversidade.
Além de contemplar o cenário, os visitantes podem interagir com alguns animais, participar de atividades ecoeducativas e se aventurar em trilhas. Piqueniques também são comuns na área, dando ainda mais charme ao passeio.
Não restam dúvidas, João Pessoa é mesmo um destino imperdível no Nordeste brasileiro. Sol, mar, cultura, história e arte.
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