Fundada em 1585, a capital da Paraíba é uma das mais antigas do Brasil. Para os apaixonados por paz e tranquilidade, João Pessoa, que ainda resiste aos traços de metrópole que se espalham por outras grandes cidades do Nordeste, é uma excelente pedida. Prova disso é que muitos bairros estão protegidos por lei que limita a altura dos prédios da orla para que o concreto não se sobreponha à beleza natural. Nesta edição, o Diário de Bordo traça um roteiro de 3 dias que contempla o que João Pessoa tem de melhor: praias de contornos esverdeados, piscinas naturais, crepúsculos dignos de telas de cinema e passeios históricos e culturais. A ideia é aproveitar ao máximo uma das características que torna o lugar tão único: o sol. Em “Jampa” ele nasce primeiro, em relação a todo o restante do continente americano, daí o título “Porta do Sol”. A palavra de ordem é aproveitar cada segundo para se divertir e colecionar as mais fascinantes memórias. Como diria o nobre Ariano Suassuna, prata da casa, “a tarefa de viver é dura, mas fascinante”. “Simbora”!

Primeiro dia

A cidade recebe voos das principais capitais do país. Após o desembarque, a melhor forma de dar início ao roteiro é pegar um carro alugado já no aeroporto. Quando estiver devidamente hospedado, comece o tour pelos encantos de Tambaú, reconhecida como uma das melhores praias da região. Em seus 8 quilômetros de areias finas, mar de águas verde-azuladas e ondas calmas, a ornamentação fica por conta de coqueiros, que dançam em balé ao toque do vento. A excelente estrutura de serviços também chama a atenção, desde os quiosques no calçadão às barracas na areia, com oferta de culinária rica em regionalismo. Os pratos chegam a ter o sotaque da cidade, como é o caso do rubacão, deliciosamente elaborado com feijão-verde, arroz, leite, leite de coco, queijo coalho e carne de sol ou charque. É dessa praia que parte o segundo passeio do dia: as piscinas naturais de Picãozinho, um arrecife de corais com tamanho equivalente ao de um campo de futebol, localizado a 1 quilômetro da costa de Tambaú. Elas se formam na maré baixa e são um verdadeiro espetáculo de águas cristalinas e peixinhos, que tornam o mergulho ainda mais especial. O acesso se dá por meio de catamarã, uma embarcação com serviço de bar e som, tudo para garantir a diversão do início ao fim do trajeto fluvial. À noite, a programação segue na Feirinha de Artesanato de Tambaú. É a oportunidade de comprar produtos dos artesãos locais e conferir shows regionais com muito forró, ritmo que é um verdadeiro convite à dança. Caminhando um pouco mais pela orla, o letreiro “João Pessoa” vai render aquela foto bacana de imprimir e colocar na estante.

Segundo dia

Para turbinar o bronzeado e enriquecer o diário de viagem, o segundo dia está reservado para mais uma praia daquelas de encantar: a Praia Bela. Por mais que se tente, é impossível não se render ao clichê “faz jus ao nome”. Localizada em Pitimbu, a 45 quilômetros de João Pessoa, ela é pura beleza. A paisagem é estonteante e surpreende até os turistas menos emocionados. Mas não é só. A Praia Bela também oferece passeios muito interessantes, como é o caso do mirante. Dele, é possível admirar as falésias e fazer registros fotográficos para jamais se esquecer da experiência. A infraestrutura de lá se destaca pelas boas opções de barracas e pelos serviços de aluguel de cadeiras e guarda-sóis. Não bastasse o mar translúcido, que por si só já é encantador e altamente convidativo para banhos relaxantes e a prática de esportes náuticos como kitesurf e vela, há, ainda, o Rio Mucatu, que deságua na praia. O cenário é lindo, esbanjando uma piscina natural de águas doces e mornas. Uma tirolesa e mesinhas dentro d’água, com atendimento acolhedor por parte dos funcionários dos barzinhos ao redor, complementam o espaço. De volta a João Pessoa no fim da tarde, seguimos pelo centro histórico, um dos mais ricos do litoral nordestino, tido como Patrimônio Cultural e Artístico do Brasil. É uma excelente oportunidade para apreciar construções que datam dos séculos 17 e 18, com belas amostras dos estilos barroco, rococó, maneirista e art nouveau. Fundada em 1585, a capital paraibana é a terceira mais antiga do Brasil, por isso o city tour se faz tão interessante e inesquecível. Ainda no roteiro, estão a Praça João Pessoa, que abriga o Palácio do Governo, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça do estado, e o Parque da Lagoa Sólon de Lucena, ponto de lazer e área verde.

Terceiro dia

Para que não restem dúvidas de que Jampa é mesmo um destino memorável, está na hora – e no dia – de ir ao Litoral Sul, também conhecido como Costa do Conde. A distância de João Pessoa é de apenas 30 quilômetros, ao fim dos quais você visita nada mais, nada menos que sete praias de beleza hipnotizante. Isso sem contar nas piscinas naturais e falésias multicoloridas que completam a paisagem tropical. O passeio começa pela praia mais conhecida, a do Coqueirinho. Ela é famosa pelos seus cânions e coqueiros e pela estrutura de bares, restaurantes, quiosques e lojinhas, a maior de toda a Costa do Conde. Seguindo a pé, chegamos à Praia de Tabatinga, que, ao contrário da anterior, é quase deserta e oferece muita privacidade aos banhistas. Ela confirma o quanto o litoral do sul de João Pessoa merece todo o reconhecimento que lhe é conferido. No acesso de Coqueirinho a Tabatinga, há, ainda, o Mirante Dedo de Deus, mais um local especial e mágico. A Praia de Tambaba é a última do guia e, como tal, reserva experiências surpreendentes. É famosa por ser naturista, a primeira do Brasil a ter o nudismo permitido por lei municipal. Mas existe um trecho para quem não é adepto da prática, sendo os dois setores bem delimitados. Por se tratar de área de preservação, para visitar é necessário pagar uma taxa simbólica. No observatório, as fotos das falésias ficam incríveis e servirão como lindas recordações da viagem.