Dar vida ao emirado, antes tomado por um extenso deserto, exigiu uma combinação de ideais visionários e ciência sólida. O resultado não poderia ser mais atraente: ao longo de poucas décadas, sobre o alicerce do dinheiro, a cidade tornou-se dona dos principais recordes arquitetônicos do mundo e esbanja ares futuristas, sendo um convite a uma experiência única para os viajantes. Com raízes artificiais, o mapa da região divide-se, hoje, em três faixas: a das construções, a do mar e a do deserto. A história da joia do Oriente Médio começou há cerca de 3 mil anos antes de Cristo, quando, conforme evidências arqueológicas, havia, ali, colonos da Idade do Bronze. Contudo, Dubai não foi vista como cidade até 1833, ano em que Maktoum Bin Butti, da tribo Bani Yas, ocupou a Península de Shindagha, na foz do Rio Creek, declarando sua independência em relação a Abu Dhabi
O aquecimento da economia começou na década de 1870, à medida que a indústria de pérolas prosperava e Dubai se tornava o principal porto da Costa do Golfo. Em 1902, assistiu a um aumento na migração de comerciantes iranianos e colonos árabes. Em meio à integração, foram criados os maiores souks – mercados populares – da Arábia.
O verdadeiro boom, porém, aconteceu em 1966, quando a descoberta de petróleo no campo de Fateh provocou uma reviravolta no cenário econômico do emirado. Cinco anos depois, os estados da Trégua de Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm Al Quwain e Fujairah formaram os Emirados Árabes Unidos e se juntaram à Liga Árabe. A jornada permitiu a transformação da cidade no espelho da modernidade que é hoje.
Erguida sobre a tradição muçulmana, Dubai segue costumes singulares. As mulheres se vestem de preto e os homens, de branco. O Ramadã, mês sagrado do islamismo, é a ocasião perfeita para se conhecer a cultura. A celebração, no entanto, baseia-se no calendário lunar e, por isso, as datas avançam todos os anos. Em 2022, ele ocorre entre 2 de abril e 1º de maio.
O idioma oficial de Dubai é o árabe, embora outros dialetos, como o malaiala, o persa, o hindi, o tagalo e o tâmil, sejam igualmente falados por lá. Mas, não se acanhe. O inglês é a língua franca e, portanto, é sempre falado em pontos turísticos. A moeda corrente é o dirham, abreviado oficialmente como AED.
Ao planejar a sua viagem, lembre-se de que, por se situar em um deserto, Dubai costuma ser excruciantemente quente em boa parte das estações. Prefira datas entre os meses de outubro e abril, quando as temperaturas ficam entre os 20°C e os 30°C. Para lhe ajudar a preparar o roteiro, a Bancorbrás destacou os principais pontos turísticos.
O guia reúne informações sobre o mais alto prédio, o maior shopping em área total e o principal complexo de ilhas do mundo. Prepare as malas e embarque para a cidade onde tudo é exorbitante e esplendoroso.
Inicie a visitação pelo principal cartão-postal, o imponente Burj Khalifa, localizado em Downtown Dubai. Com seu exterior revestido por vidros e painéis texturizados em alumínio, o edifício, catalogado como o mais alto do mundo, tem 828 metros, divididos em 160 andares. O público, entretanto, não pode subir tão alto. O At the Top, mirante do monumento, dispõe de três decks de observação, localizados no 124º, 125º e 148º andares. Os preços variam conforme a experiência escolhida.
No nível 124, é possível surpreender-se com os elevadores mais rápidos do mundo – que percorrem 10 metros por segundo –, desfrutar da paisagem com telescópios de vanguarda ou admirar o horizonte a partir de um terraço externo. O 125º oferece um mirante espaçoso, que permite uma visualização de 360 graus da cidade. Lá, os turistas ainda são convidados a caminhar sobre um piso de vidro e a fazer um tour, em realidade virtual, pelo pináculo do arranha-céu.
Ponto mais alto do prédio com acesso ao público, o 148º andar fica a 555 metros – ou seja, a mais de meio quilômetro – do solo. Nesse nível, há um terraço ao ar livre para a observação. E, depois de deslumbrar-se com o mapa de Dubai, o turista pode se refrescar com bebidas exclusivas do lounge Sky.
Reserve cerca de uma hora e meia para curtir bem o passeio. Para evitar filas ou o chamado sold out de ingressos, faça reservas antecipadas com a Agência de Viagens Bancorbrás.
Depois de desbravar o Burj Khalifa, bata perna pelo Dubai Mall, situado no complexo do arranha-céu – é por lá, inclusive, que se tem acesso ao At the Top. Com mais de 1,4 mil lojas, o maior shopping center do mundo não deixa a desejar em relação à 5ª Avenida de Nova Iorque, conhecida por reunir as principais grifes do planeta, nem desaponta quanto às grandes redes de varejo. Por isso, no centro comercial, vê-se de Dior, Armani e Valentino a H&M, Gap e Bloomingdale’s. Ou seja, há moda para todos os gostos – e bolsos.
As compras, contudo, não são a única atração do Dubai Mall. O empreendimento oferece uma ampla gama de opções culturais, abrigando, por exemplo, a Dubai Opera, que, com o multiformato das artes cênicas, promove eventos diversificados, que compreendem óperas, balés, concertos e musicais. A estrutura, em forma de barco, fica em frente ao lago artificial, no qual ocorre um famoso Show das Fontes. Na performance, esguichos de água são lançados no ritmo de música árabe. Gratuitas, as apresentações são repetidas a cada 30 minutos, das 18h às 22h, e podem ser vistas de vários pontos, rendendo ótimas fotografias.
O espaço ainda concentra boas pedidas para a criançada, como um rinque de patinação no gelo, um kart indoor e a exibição permanente Dubai Dino, que expõe a ossada do Diplodocus Longus, um dinossauro de pescoço longo e cauda em forma de chicote que vagou pela Terra há mais de 150 milhões de anos.
A principal atração para a garotada, porém, é o Dubai Aquarium & Underwater Zoo. O maior aquário do mundo reúne 140 espécies marinhas em um tanque abastecido com mais de 10 milhões de litros de água. Você pode explorá-lo de diferentes formas, seja caminhando entre os túneis ou realizando mergulhos – até mesmo o encontro com tubarões e arraias está na lista.
Na área do zoológico subaquático, localizada no andar de cima do aquário, o tour prevê divertidas andanças por três ambientes: floresta tropical, costa rochosa e oceano vivo. Em 40 exibições individuais, estão distribuídos animais como lontras, crocodilos anões africanos, caranguejos-aranha gigantes e cavalos-marinhos. O local também é o lar de 16 pinguins, que ficam em um espaço com a temperatura do ar variando entre 2ºC e 4ºC e a da água entre 5ºC e 7ºC. A exposição conta com áreas voltadas para a observação dos pequenos animais, incluindo um escorregador com piscina.
No coração de Downtown Dubai, ao lado do Dubai Mall, outro centro comercial é considerado como visita obrigatória: o Souk Al Bahar. Com um nome que, em árabe, significa “mercado do marinheiro”, o espaço se destaca como um dos melhores para se comprar artesanato, joias, tapetes e têxteis. São, ao todo, 100 lojas e 22 restaurantes.
À beira-mar, a arquitetura do prédio impressiona pelos corredores de pedra natural, luz restrita e decoração clássica do Oriente Médio. A estrutura ainda garante uma das melhores vistas para o Burj Khalifa, sobretudo à noite, quando o edifício ganha nova fachada, graças a uma iluminação especial. Reserve algumas horas para percorrer o mercado, mergulhar na cultura árabe e desfrutar de uma boa comida.
A lista dos centros populares de compras segue. A 17 km do Souk Al Bahar, na região de Deira, o maior mercado de ouro do mundo oferece luxuosas e fascinantes peças a preços que, se comparados aos de grandes e renomadas joalherias, são bastante acessíveis – estima-se que 20% do ouro mundial passe pelo Gold Souk, que conta com um estoque fixo médio de dez toneladas.
Com raízes na década de 40, quando indianos e iranianos começaram a montar barracas na área, o Souk dispõe, hoje, de cerca de 300 lojas com uma extensa lista de atrativos, como relógios, colares, brincos e anéis, e barras de ouro. Apesar da similaridade entre as peças dispostas para venda, fique atento à qualidade dos metais e prefira, sempre, os certificados.
Não deixe de pechinchar. A maioria dos preços passa por reduções significativas, de 20% a 30%, quando negociados. Na entrada do mercado, há um totem com a cotação do ouro em Dubai para o dia. Cheque os dados e tenha-os em mente para, na hora da compra, ter a certeza de que conseguiu um bom negócio. Atente-se ao fato de que, no Gold Souk, as joias são negociadas com base no peso, mas, a depender da qualidade do produto, o comerciante pode cobrar uma taxa adicional pelo trabalho manual. As lojas aceitam tanto dirham quanto dólar. No caso de aquisições no cartão, geralmente, um valor extra é cobrado.
Para fazer compras em um lugar mais amplo e arejado, com opções de roupas, calçados e acessórios, vá ao The Walk. Com mais de 300 lojas e cerca de 70 restaurantes, o calçadão circunda a The Beach, como é conhecida a praia próxima ao Jumeirah Beach Residence, uma das mais belas áreas residenciais do emirado.
O local não é voltado exclusivamente para as compras, sendo também usado para feiras de alimentos, shows ao ar livre, apresentações de stand-up comedy, exposições de fotografia e pinturas de rua. Muitos turistas desbravam o calçadão em passeios de bicicleta ou longas caminhadas. Os exercícios físicos ficam mais leves e agradáveis se praticados ao pôr do sol ou durante a noite.
A poucos quilômetros do calçadão, em torno da marina, os olhos dos visitantes voltam-se a Palm Island, um complexo de três ilhas artificiais, que, juntas, têm o formato de uma palmeira. Projetado para receber hotéis e unidades habitacionais e comerciais de alto padrão, o arquipélago visa ao aumento da quantidade de turistas e de investimentos locais. A menor e mais conhecida ilha do complexo, Palm Jumeirah, destaca-se por abrigar alguns dos mais luxuosos resorts de Dubai – que extrapolam a vocação para hospedagem e oferecem excelentes opções de lazer –, como o Atlantis The Palm, onde fica localizado o parque aquático Aquaventure e o aquário Lost Chambers. Ambas as atrações são abertas ao público e o ingresso garante os dois passeios.
Com mais de 30 atrações e uma praia particular de 500 metros, o Aquaventure é um refresco em meio aos efervescentes dias de Dubai. Um dos brinquedos mais populares é o “The Leap of Faith”, que, em tradução livre, significa “O Salto da Fé”. Não é à toa que o turista que opta por essa atração mergulha em um toboágua e, em uma queda quase que vertical, atravessa um aquário com tubarões. No Poseidon’s Revenge, sinta sua adrenalina subir vertiginosamente ao entrar em uma cápsula, descer pelo tobogã e atingir velocidades de 60 km/h, antes de virar de cabeça para baixo. Se preferir algo mais relaxante, opte pelo Torrent River – basta pegar uma boia redonda e se soltar na água.
Fora do resort, confira melhor Palm Jumeirah. Para vê-la do alto, aposte em um passeio de helicóptero ou em um sobrevoo com um hidroavião. Uma opção mais em conta, entretanto, é pegar o monotrilho. Quanto às refeições, não deixe de se deliciar com a culinária local e experimente também pratos de outras nacionalidades, conhecendo, assim, a diversidade de Dubai.
Depois, siga o passeio fora da ilha. A apenas 21 km de Palm Jumeirah, divirta-se na orla de Jumeirah Beach, um complexo de praias públicas de Dubai. O calçadão é uma ótima opção para a prática de exercícios, pois conta com pistas de corrida e ciclovia. Além disso, na areia há circuitos para ginástica, estações para aluguel de equipamentos e até mesmo parques de diversões. Como o lugar dispõe de muitas opções, se preferir, reserve tempo na agenda para passar um dia inteiro na praia – só não se esqueça de levar um kit com guarda-sol e protetor solar.
Para variar o roteiro, aposte na “Disneylândia” do Oriente Médio. Inaugurado no fim de 2017, o complexo de entretenimento Dubai Parks and Resorts ostenta três parques temáticos – Motiongate, Bollywood Parks e Legoland – e um aquático, além de uma área comum repleta de bons restaurantes, bares e lojas. Lá, Mickey e companhia dão lugar a Shrek, Kung-Fu Panda e personagens de desenhos mais recentes. Com ingressos de pouco mais de 200 dirhams, o megaempreendimento conta com mais de 100 atrações, tendo custado 3,5 bilhões de dólares.
Inspirado no universo do cinema, o Motiongate é a melhor pedida para os aficionados por aventura, graças a dezenas de montanhas-russas e brinquedos que dão frio na barriga. No complexo, as referências contemplam grandes produções, divididas conforme os estúdios de animação responsáveis pelos seus lançamentos. Por exemplo, no espaço da Dream Works, estão atrações relativas a Madagascar e Como Treinar seu Dragão. No setor da Columbia Pictures, ficam aquelas ligadas aos desenhos Caça-Fantasmas, Está Chovendo Hambúrguer e Hotel Transilvânia.
Já o Bollywood Parks homenageia o cinema indiano, contando com decoração temática. O parque narra histórias de grandes heróis e bandidos do universo cinematográfico do país e tem como principal atração os espetáculos da indústria Bollywoodiana. O Legoland, por sua vez, é uma festa à parte para a criançada, que tem a chance de construir robôs e de assumir a função dos bombeiros e apagar incêndios. Existe também uma área chamada Miniland, com miniaturas de arranha-céus de Dubai feitas em Lego.
Na passagem por Dubai, não deixe de dedicar tempo ao conhecimento do islamismo, que norteia as leis e a cultura do emirado. Assim, faça uma parada na Mesquita Jumeirah, o mais importante templo da região. Com o lema “Portas abertas, mentes abertas”, a mesquita é a única a receber visitantes de todas as religiões.
O seu formato arquitetônico salta aos olhos. Construída inteiramente em pedra branca, a estrutura conta com imponentes minaretes gêmeos que emolduram a cúpula central. No passeio de uma hora e 15 minutos, representantes do Centro Sheikh Mohammed para o Entendimento Cultural detalham rituais, tradições e costumes, e descrevem o jejum no mês do Ramadã.
Para visitar a mesquita, há um código de vestimenta. Não é permitido entrar com shorts acima dos joelhos ou camisetas sem mangas; as mulheres devem cobrir os cabelos; e todos devem retirar os sapatos, seguindo as tradições da religião. São detalhes como esses que revelam o que há por trás da mais populosa cidade dos Emirados Árabes. Vale a pena conhecer a essência da história e transpor barreiras culturais.
Dubai é uma cidade muito segura, mas, devido aos costumes e às tradições muçulmanas, é importante estar atento para evitar contratempos durante a viagem. A seguir, algumas dicas valiosas:
0800 814 1516
Segunda a sexta-feira, das 8h às 18h e
sábado, das 8h às 14h
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