“Suíça da América”, como já foi chamado, o Uruguai é reconhecido como um dos países mais desenvolvidos e progressistas do continente. Na América Latina, se destaca pela qualidade de vida de sua população, que usufrui de uma infraestrutura diferenciada. Com a segunda menor área territorial da América do Sul, a diminuta nação tem uma página na história do Brasil, tendo integrado nosso território de 1821 a 1825, com o nome de Província Cisplatina. Curiosidades geográficas à parte, a popularidade do futebol é outro ponto que temos em comum com seu povo. Aos turistas, o Uruguai oferece paisagens naturais deslumbrantes e atrações culturais ainda subestimadas. A arquitetura é um dos pilares da sua estética e da sua personalidade. Na culinária, uma rica herança se faz evidente, com vinhos que são famosos no mundo todo e preparos típicos, como a parrilla uruguaya, o asado de tira e o doce de leite.

Montevidéu

Abrigando um terço da população do país, cerca de 1,3 milhão de habitantes, a capital é considerada uma Beta World City. Ou seja, ela reúne atributos políticos, culturais e econômicos que a tornam um destino de relevância global, a qual se traduz em diversos hotéis, museus, parques e restaurantes instalados em edifícios de arquitetura histórica. Se quiser ter uma boa amostra dessas emblemáticas construções, vá à Plaza Independencia. Ela não pode faltar no seu roteiro nem no seu álbum de fotos. Nela está localizado o Mausoleo de José Gervasio Artigas, que abriga os restos mortais do general José Gervasio Artigas e uma estátua para homenagear o herói uruguaio, que deu ao país a sua independência em relação à Espanha. É lá também que fica o Palacio Salvo, com sua torre de 95 metros e 27 pisos que, por muitos anos, foi tida como a mais alta da América do Sul. Inaugurado em 1928, é um dos principais símbolos de Montevidéu. A partir de visitas guiadas, os turistas têm a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a família que o habitou. Além disso, do seu mirante, pode-se desfrutar de uma visão espetacular e privilegiada do centro urbano. 

O Teatro Solís e o Mercado del Puerto dão prosseguimento à lista de diferenciais da capital uruguaia. O primeiro, inaugurado em 1856, disponibiliza um aplicativo com informações exclusivas, para enriquecer ainda mais a visita a seus cômodos e salas, repletos de objetos históricos. À noite, a programação segue com espetáculos que valem o preço das entradas. No mercado, com mais de 150 anos de idade, opções da gastronomia local encantam até os paladares mais exigentes. As parrillas estão entre as delícias que precisam ser provadas. Diferentemente do nosso tradicional churrasco, a carne não é assada em espetos sobre carvão ou lenha, mas em grades (parrillas) sobre lenha em brasa. Montevidéu também é o lar do Carnaval mais longo do mundo, uma inebriante festa de rua que acontece entre fevereiro e março, durante 6 semanas.

Aos amantes de museus, seis são os que se destacam e devem entrar na programação: Museo de la Casa de Gobierno; Cabildo de Montevideo; Castillo Pittamiglio; Museo Torres García; Museo del Carnaval; e Museo Andes 1972. Para aquele passeio gostoso ao ar livre, a dica é caminhar pelo Parque Rodó e pelo jardim botânico. São lugares incríveis para um piquenique. Já o Parque El Rosedal, com mais de 300 espécies diferentes de rosas, e o Jardín Japonés, com uma imensa área verde, são alternativas para quem deseja um contato ainda mais próximo com a natureza.

Punta del Este

É impossível falar do Uruguai sem falar em Punta del Este. E não é difícil entender por quê. A cidade, que fica a 130 km da capital, consiste em um dos mais famosos balneários da América do Sul, com praias badaladas no verão e uma atmosfera de luxo. Iniciando o tour na Playa Brava, o visitante já se depara com um dos cartões-postais do local: o Monumento al Ahogado, mais conhecido como La Mano. A escultura de uma mão sobre a areia do mar foi criada em 1982 pelo artista chileno Mario Irarrázabal, no intuito de alertar os visitantes sobre o perigo de afogamento. Vale a pena disputar espaço para aquela fotografia de viagem. 

Outro ponto carimbado no roteiro da linda Punta é o Museu Casapueblo, a antiga casa de verão do famoso arquiteto uruguaio Carlos Paez Vilaró. Erguida ao longo de 40 anos, atualmente inclui um museu, uma galeria de arte, um café e um hotel. Sua aparência, muito charmosa, se assemelha à das edificações de Santorini, na Grécia. E, estando por lá, você não pode perder a Cerimônia do Sol, realizada todos os dias no fim da tarde, com direito a poesia e a toda a mágica que envolve o momento. 

Na trilha de excentricidades, vale conhecer Beverly Hills. Seguindo o exemplo do bairro homônimo na Califórnia, a versão de Punta del Este esbanja glamour e mansões cinematográficas livres de muros, o que permite que você se encante com suas fachadas e jardins. Deseja uma noite para ficar na memória? No Hotel Conrad, famoso resort com vista para o mar, você pode provar um pouco da requintada gastronomia do lugar, em um dos seus seis restaurantes. Depois, se aventure no cassino, que recebe celebridades universais e é famoso por oferecer prêmios milionários aos seus apostadores. E, para coroar a visita a Punta, que tal uma ilha? A de Lobos, que fica a 9,5 km da costa, é a maior reserva de leões-marinhos do hemisfério ocidental. Nela, os visitantes conseguem observar os animais e fazer mergulhos.

Colônia do Sacramento

Situada às margens do Río de la Plata, em frente a Buenos Aires, o município encanta por sua atmosfera bucólica. Ruas de paralelepípedos, praças arborizadas e arquitetura portuguesa do século XVIII fazem de Colônia do Sacramento nada mais nada menos do que a cidade mais velha do Uruguai, detentora do título de Patrimônio Cultural e Natural Mundial pela UNESCO. Nela, você terá a sensação de estar em um filme de época, ao ser cercado por casarões coloniais que preservam o aspecto original. Localizada a 180 km de Montevidéu, é um destino irretocável quando o assunto é cultura e história. Os museus são parada obrigatória, e contam com acervos que são verdadeiros tesouros na forma de objetos, documentos e peças das primeiras famílias responsáveis pela colonização da cidade. 

No centro histórico, à noite, lamparinas iluminam as ruazinhas de pedra e o casario antigo. Ainda no bairro, vale a visita à Calle de los Suspiros, uma viela cujo nome, conta a lenda, remete aos suspiros que as moças que ali habitavam provocavam nos rapazes. 

A Basílica del Santíssimo Sacramento, datada de 1680, também não pode ficar de fora do seu roteiro. Com construções de inspiração ao mesmo tempo espanhola e portuguesa, o templo guarda os túmulos do vigário Domingo Rama e do padre Barredo. Outra dica é a Avenida General Flores. Ela é repleta de árvores, barzinhos, restaurantes e comércio para aquelas comprinhas que não podem faltar na viagem. Um passeio, sem dúvida, cheio de beleza. Em qualquer um dos três destinos, não deixe de provar o churrasco uruguaio e se prepare para retornar ao Brasil com um gostinho de “quero mais”.