Seja tinto, branco, rosé, seco, doce ou espumante, o vinho é uma bebida apreciada há mais de 5 mil anos, principalmente em celebrações solenes e religiosas ou simplesmente em bons momentos a dois ou entre amigos. Conforme o tipo, ele vai bem com peixes e frutos do mar, queijos, embutidos, carnes, bruschettas, doces e até pães. No Natal, a bebida é uma excelente pedida, harmonizando muito bem, inclusive, com outra delícia típica dessa época do ano: o panetone. E essa combinação fica ainda mais especial quando apreciada em lugares que ficarão para sempre na memória. Confira as sugestões que preparamos a seguir.

Serra Gaúcha

A Serra Gaúcha é um pedaço de Europa no sul do Brasil. E a 120 quilômetros de Porto Alegre ou a 110 quilômetros de Gramado fica Bento Gonçalves, que está entre os dez principais destinos mundiais de enoturismo. É um dos melhores locais para se apreciar a combinação da arquitetura ítalo-germânica com o clima frio da serra. Entre as muitas atrações que resgatam as tradições dos colonizadores, destaca-se o Vale dos Vinhedos, que concentra a maior parte das vinícolas e pousadas da região. Entre os produtores mais populares estão Aurora, Casa Valduga, Salton, Torcello, Lidio Carraro, Cristofoli, Dom Cândido, Almaúnica e Cainelli. A cidade também se destaca por sediar, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, a Festa Nacional do Vinho (Fenavinho), a ocasião perfeita para se degustar a bebida, seja ela proveniente de nostálgicos garrafões, de nobres frascos ou ainda do encanamento distribuído pelas ruas da cidade, que chama muito a atenção dos visitantes.

No Vale dos Vinhedos você também vai encontrar panetones e outros quitutes para o Natal, já que as chocolaterias regionais oferecem uma infinidade de produtos, como licores, nibs de cacau e trufas de cachaça. Já quando o assunto são as excursões culturais e os passeios turísticos, quem gosta de história não pode deixar de trilhar os Caminhos de Pedra, uma estrada repleta de casas antigas – muitas erguidas com pedaços de rochas –, no distrito de São Pedro, pioneiro no acolhimento de imigrantes europeus no Rio Grande do Sul. No roteiro destacam-se a Casa Righesso (1889) e a Casa Strapazzon (1878, presumivelmente), tendo esta última sido usada como cenário do filme O quatrilho. Ainda na serra, Gramado é a grande estrela. Marcada por colonização alemã, italiana e portuguesa, é um dos mais populares destinos turísticos do país. Não é para menos, uma vez que oferece muita cultura, belas paisagens, variadas atrações e o melhor da culinária gaúcha. No coração da cidade, a Avenida Borges de Medeiros traz um comércio rico para as compras. Próximo dali, estão a Igreja Matriz São Pedro e o Palácio dos Festivais, que sedia o badalado Festival de Cinema de Gramado. Nas proximidades há vários restaurantes e cafés, que vendem, entre outras maravilhas, chocolates quentes de fabricação própria e panetones artesanais. A Rua Coberta (antiga Rua Madre Verônica) é outro lugar que rende excelentes fotos, visto que está sempre decorada de alguma maneira especial. E, no fim do ano, há o famoso Natal Luz, que consiste em um espetáculo de luzes, música e cores único e inesquecível.

Também vale a pena conhecer a Fonte do Amor Eterno, a Rua Torta, a Praça das Etnias – ótima para encontrar artesanato original e comidas típicas – e diversos parques, como o Snowland, com neve o ano todo, ou o Museu de Cera Dreamland. Assim como sua cidade vizinha Canela, Gramado possui vinícolas e cervejarias cuja visitação se torna um passeio singular e surpreendente, com muita história e degustações. São exemplos: Ravanello, Casa Seganfredo, Jolimont e Gram Bier.

Vinhedo

Que melhor sugestão para se apreciarem vinhos e panetones que um lugar chamado Vinhedo? Esse destino, no interior de São Paulo, é reconhecido por suas adegas recheadas. Muitas dispõem de restaurantes que oferecem massas especiais para acompanhar os melhores rótulos. Entre a extensa lista de produtores, destacam-se Família Ferragut, Campovilla, Azzolin, Família Baccetti, Ifanger, Santa Cecília, Família Lourençon e Terrassos. Já a Bakels, empresa de panificação sediada na cidade, dá, em seu site, dicas de panetones para todos os gostos, como os trufados, os folhados, o português Bolo Rei, o Cucatone, a colomba de frutas, a Vela Tone e a crostata, disponibilizando, inclusive, suas receitas, para aqueles que gostam de se aventurar na cozinha. Em Vinhedo acontecem também as tradicionais festas da Uva e do Vinho.

Além disso, a região abriga o Hopi Hari, o maior parque de diversões da América Latina. São mais de 40 atrações distribuídas por cinco regiões temáticas. E há ainda o Wet’n Wild, um parque aquático para toda a família, igualmente sinônimo de diversão. Entre museus e parques, o turista pode conhecer a Igreja Matriz de Sant’Ana. O Portal do Cristo, erguido em 1976, por sua vez, é uma réplica da obra carioca e fica em um dos pontos mais altos da região, com vista panorâmica para o pôr do sol.

Itália

Enotria tellus, ou “terra do vinho”, é como os gregos se referiam à Itália. O país possui cerca de 530 denominações de vinhos distribuídas em 20 regiões vitivinícolas. Vale experimentar as excursões ao Piemonte, Lombardia, Veneto, Lácio, Calábria, Sicília ou Toscana, responsáveis por exemplares de Barolo, Barbaresco, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot e espumantes como Prosecco, Franciacorta, Asti, Bollicine di Montagna e Lambrusco.

Se o seu destino for a Toscana, na parte central do país, então você se encantará pelas paisagens naturais repletas de oliveiras e parreiras e pelas inúmeras possibilidades de excursar e mergulhar em história. Comecemos pela famosa capital, Florença, que guarda obras artísticas e arquitetônicas renascentistas que estão entre as mais conhecidas do mundo, como a estátua de Davi, de Michelangelo; a Galleria degli Uffizi, com as obras de Botticelli; e o Duomo, na Catedral Santa Maria del Fiore. Na região também estão as cidades de Pisa, com sua intrigante torre inclinada, e Siena, com seus palácios, castelos, museus e santuários religiosos. E se o assunto é vinho, em Montalcino, Pienza e Montepulciano fica o Vale de Orcia, que oferece um extraordinário leque de opções de degustação, além da possibilidade de se adquirir um autêntico Vino Nobile a preço competitivo, bem como queijos variados.

Se você acha que esquecemos de falar do panetone, saiba que a Itália é o provável berço dessa famosa mistura de farinha, ovos, manteiga, açúcar, água e fermento natural. Ainda não está convencido? E se você descobrisse que Roma sediou uma disputa para eleger as melhores receitas do mundo para essa delícia, e que o vencedor foi um italiano? Fabio Albanes, dono da Pregiata Forneria Albanesi, em Fiano Romano (província de Roma), faturou o prêmio cobiçado por 300 concorrentes, de todos os continentes. Já o padeiro Frederico Tomé ficou entre os 35 melhores do Panettone World Championship. Se você não pretende ir tão longe, pode provar uma das suas criações – inclusive o panetone – na Italian Bakery House (Angatuba/SP).

França

Se a Itália é um universo quando o assunto é vinho, a França é outro. Das 13 regiões vinícolas francesas de maior prestígio estão, obrigatoriamente, Alsácia, Borgonha, Bordeaux, Champagne (o legítimo é só lá, o resto é espumante), Côtes (ou Vallée) du Rhône e Languedoc-Roussillon. Dessas, o destaque, sem dúvida, é Bordeaux, por abrigar o maior número de variedades excepcionais, como Chateaux du Médoc. É de lá também a origem da uva Cabernet Sauvignon, considerada “a rainha” das tintas. Não esqueça de desfrutar dos queijos franceses e charcutaria única para acompanhar sua bebida preferida.

Se for a Bordeaux, não lhe faltarão opções turísticas, como cruzeiros no Rio Garonne – com direito a uma taça bem servida – ou passeios guiados de bicicleta, inclusive aos vinhedos de Saint-Émilion. Caso queira se aventurar em Champagne, você terá experiências únicas, como visitar uma renomada casa de espumantes e conhecer o lugar onde Dom Pérignon – monge beneditino que desenvolveu o método de vinificação chamado “champenoise” – viveu, no século XVII, incluindo o vilarejo de Hautvillers, onde está seu túmulo. Que tal se preparar para a semana seguinte ao Natal e receber o ano novo na própria terra do champanhe?